DIA D CONTRA O LINFEDEMA
06 de março é o Dia D contra a doença, que pode atingir até 60% das pacientes com câncer de mama.
O linfedema é uma das principais complicações decorrentes da cirurgia para o tratamento do câncer de mama. Nos casos em que há necessidade de esvaziamento axilar, isso altera a drenagem normal do sangue, provocando inchaço do membro superior do mesmo lado do procedimento devido ao acúmulo anormal de líquidos e outras substâncias – como proteínas – nos tecidos. Segundo a literatura médica, sua incidência em pacientes com o tumor varia de 5% a até 60%.
“Hoje, existe uma técnica conhecida como ‘linfonodo sentinela’ que permite aos cirurgiões evitar uma operação mais radical. Nela, é realizado um procedimento para confirmar se os gânglios linfáticos estão realmente afetados pelo tumor. Em caso negativo, eles não precisam ser retirados, o que já diminui a chance da paciente apresentar o linfedema”, explica o oncologista do InORP (Instituto Oncológico de Ribeirão Preto, responsável pelo atendimento oncológico do Hospital “Carlos Fernando Malzoni”, de Matão), Diocésio Andrade.
Entre os sintomas da doença estão inchaço indolor que começa nas mãos e progride em direção ao tronco, sensação de braços pesados, marcas ou espessamento da pele quando pressionada e desenvolvimento de verrugas ou pequenas bolhas nas regiões afetadas. Suas características são a principal forma de detecção do problema. Para confirmar o diagnóstico, podem ser feitos alguns exames como medição dos membros para acompanhar o inchaço, ultrassom e tomografia.
Tratamento
O linfedema não tem cura, mas a fisioterapia é a principal aliada dos pacientes para minimizar os sintomas da doença. “A recomendação da Sociedade Internacional de Linfologia é para que seja feita a chamada Fisioterapia Complexa Descongestiva. Isto é, um tratamento que inclua atenção especial aos cuidados com a pele, drenagem linfática manual, bandagens de baixa elasticidade, exercícios miolinfocinéticos (atividades realizadas pelo paciente mobilizando articulações e grupos musculares) e uso de meias ou luvas compressivas”, explica a fisioterapeuta do InORP, Cristiane Exel.