Centro de Pesquisa divulga dados de hipertensos em Matão
Da população estudada, 70% dos hipertensos que tomam medicação continuam com a pressão alta
O Centro Neurológico de Pesquisa e Reabilitção (Cenpreab), em parceria com o Hospital Carlos Fernando Malzoni e programa Estratégia de Saúde da Família, juntaram-se para a apresentação de resultados do projeto MaRCHA (Matão Realizando o Controle da Hipertensão Arterial) no auditório do Centro de Ensino e Pesquisa. Reunindo dados sobre mais de 1.800 pessoas atendidas nas unidades do ESF dos bairros Bom Jesus, Cadioli e Paraíso, o projeto visa acompanhar a pressão arterial da população de Matão, através da medição com aparelhos de pressão automatizados fornecidos pelo Cenpreab, o objetivo é atingir 16 mil pessoas no município.
“Em torno de 1.800 pessoas estão catalogadas em um banco de dados com informações sobre a pressão arterial, diabetes, colesterol, prática de atividades físicas, o uso de cigarro ou não. Essas informações são importantes para realizarmos o controle da pressão arterial das população”, explica o Diretor Técnico do Hospital de Matão e Presidente do Cenpreab, Dr. César Minelli. As informações foram coletadas durante o ano de 2018 pelo agentes comunitários de saúde e alunos do curso Técnico de Enfermagem da ETEC Sylvio de Mattos Carvalho. “A partir da coleta desses dados conseguimos computar importantes informações que podem reduzir a incidência das doenças cardiovasculares, principalmente o AVC”, comenta o neurologista.
Dados aponta porcentagem de hipertensos
Entre os pacientes acima de 35 anos que participam do projeto, 35% dos 1.800 apresentaram pressão acima do normal. “O que mais chamou a nossa atenção nessa abordagem junto aos pacientes atendidos pelos ESFs é que 90% deles afirmaram que tomam remédio para o controle da pressão arterial, entretanto 70% destes não está com a pressão controlada. Ou seja, precisamos trabalhar junto com a estratégia da família para regularizar a pressão dessas pessoas, com o ajuste do medicamento ou conscientização sobre o uso do remédio”, afirma Minelli.
Para o médico, alguns pacientes hipertensos tem o costume de ingerir o medicamento somente quando acreditam que a pressão está elevada. “Isso não é o correto, a hipertensão é uma doença silenciosa, só conseguimos saber que ela está elevada quando a medimos. Por isso, o paciente que sabe que sua pressão está controlada porque está tomando o remédio, sabe também que ela irá subir se a medicação for suspensa”, conta o neurologista, que ainda completa, “o tratamento existe para manter a pressão controlada, deixar de tomar o medicamento irá elevá-la novamente, é preciso lembrar que esses picos de pressão são perigosos para o cérebro e coração”, diz.
O Projeto MARCHA terá continuidade no ano de 2019, quando seguirá acompanhando os pacientes já cadastrados no banco de dados e percorrerá mais bairros. “Nas três unidades que estamos atuando ainda não conseguimos chegar ao número total do nosso público-alvo, temos pacientes que trabalham durante o dia e só estão em casa a noite ou fins de semana, estamos estudando uma forma de atende-los, por isso seguiremos indo de casa em casa para medir a pressão arterial da população”, conclui Minelli.