Hospital de Matão conquista primeiro lugar em ranking brasileiro de pesquisa em AVC
A conquista foi garantida em Lisboa, no mês de agosto, durante a participação na Reunião de Pesquisadores do Estudo InterStroke.
O Centro de Pesquisa do Hospital Carlos Fernando Malzoni participou da última Reunião de Pesquisadores do Estudo InterStroke em Portugal. Representado pelo Dr. Cesar Minelli e Lucileni Borin, o Hospital de Matão conquistou na capital portuguesa o primeiro lugar no ranking brasileiro como centro que mais incluiu pacientes no estudo, totalizando 262 participações.
De acordo com o neurologista Dr. Cesar Minelli, o estudo foi realizado entre 2010 e 2013 e buscou determinar os fatores de risco causadores do AVC. “Participaram ao todo 22 países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, China, Colômbia, Croácia, Dinamarca, Equador, Alemanha, Índia, Irã, Malásia, Moçambique, Nigéria, Peru, Filipinas, Polônia, África do Sul, Sudão e Uganda. O estudo InterStroke busca determinar a importância de fatores de risco emergentes e convencionais para o acidente vascular cerebral em diferentes regiões do mundo e grupos étnicos distintos”, explica o diretor do centro de pesquisa.
O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como “derrame cerebral”, ocorre quando há um entupimento e/ou rompimento dos vasos que levam sangue ao cérebro, o que provoca a morte das células cerebrais pela falta de sangue na região afetada. No estudo InterStroke os pacientes foram divididos em dois grupos caso-controle, no primeiro estavam os pacientes que tinham AVC; no outro os indivíduos que não tinham histórico de derrame; os dois grupos foram pareados por sexo e idade. Todos os participantes completaram um questionário estruturado e um exame físico e também forneceram amostras de sangue e urina.
“Com esse estudo confirmamos que a hipertensão arterial ainda é o principal fator de risco para o AVC em países em desenvolvimento como o Brasil, mas há a ocorrência de outros. Chamados de fatores de risco modificáveis, estes fatores são conhecidos pela população como tabagismo, diabetes mellitus, colesterol elevado, ingestão excessiva de álcool, obesidade, circunferência abdominal, sedentarismo, histórico familiar, depressão, estresse psicossocial, uso de anticoncepcional e doenças cardíacas”, afirma Minelli que ainda concluiu, juntamente com a coordenadora de pesquisa Lucileni Borin, que incluir atitudes saudáveis na rotina diária colabora na prevenção destes eventos.
“Esses resultados sugerem que o controle da pressão arterial, a sessação do tabagismo, a promoção da atividade física e uma dieta saudável, juntos podem reduzir substancialmente a ocorrência do acidente vascular cerebral”, diz.
O estudo também contou com a participação da fisioterapeuta Anália Radaeli e de alguns funcionários do Hospital que, voluntariamente, se dispuseram a participar como controle (indivíduos sem histórico de AVC).